Com a ajuda de mais três amigos, dois de infância e mais o "CDF" da escola, e incentivados pela professora (interpretada por Laura Dern) do colégio onde estuda, Homer passa a dedicar seus dias à construção de um modelo de foguete que cruze os céus de verdade. E o que começa como uma simples brincadeira acaba envolvendo toda a cidade - uma cidadezinha do interior dos EUA, que sobrevive graças a uma mineradora de carvão - que torce pelo sucesso dos "fogueteiros" (forma como o grupo fica conhecido), e logo o projeto passa a ter uma importância maior na vida dos garotos, pois ele pode ser o passaporte que permitirá com que sejam aceitos por alguma universidade. Mas para isso precisam ser bem sucedidos em um concurso internacional de ciências.
Mas a trajetória dos "fogueteiros" não é nada fácil. A vida na cidade é dura e o futuro um tanto nebuloso, pois exceto um ou outro "felizardo" que consegue uma bolsa de estudos em alguma universidade - e somente graças ao bom desempenho no time de futebol americano - o destino da maioria é mesmo a mina de carvão, que para "ajudar" vem enfrentando vários problemas, como greve de mineradores e o risco de esgotamento dos recursos minerais. Isso tudo sem falar nos problemas tradicionais da adolescência, como as paixões secretas, brigas familiares e dificuldades financeiras.
Nos aspectos técnicos o filme não desaponta. Com ótimas atuações do elenco, em destaque para Jake Gyllenhaal e Chris Cooper - que interpreta o pai de Homer, um homem duro e autoritário que sonha que o filho tome seu lugar como administrador e chefe dos mineradores - o filme ainda ilustra bem o cenário dos Estados Unidos na época da Guerra Fria: os medos, orgulhos e frustrações dos americanos em relação aos avanços tecnológicos da União Soviética. Tudo sem deixar cair no melodrama ou ao patriotismo exacerbados.
Como resultado final, O Céu de Outubro é um daqueles filmes cativantes que vemos sem grandes pretensões.
Certamente um filme que merece ser visto e é garantia de duas horas de puro prazer.