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Volatilidade do mercado gera oportunidade de investimento Vaivém da Bovespa permite lucros de R$ 4 mil com a Petrobras apenas em 1 dia

Publicada em 1/10/2008



Economia
Volatilidade do mercado gera oportunidade de investimento
Vaivém da Bovespa permite lucros de R$ 4 mil com a Petrobras apenas em 1 dia
Vilma Gasques
DA AGÊNCIA ANHANGÜERA
vilma@rac.com.br

Até mesmo em momentos de crise há oportunidades de investimentos. Basta ver o movimento de valorização das ações de empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) de segunda-feira para ontem. Os papéis da Petrobras no momento de maior perda na segunda feira, quando o Congresso norte-americano rejeitou o pacote anticrise, chegaram a apresentar desvalorização de 15% e foram comercializados por R$ 30,05. Ontem, já estavam com valorização de quase 10% — vendidos a R$ 34,19. Como as ações são colocadas em lotes de mil para venda, apenas com um deles o lucro de quem comprou Petrobras em baixa e vendeu em alta chegou a mais de R$ 4 mil em apenas um dia.

Até mesmo as ações que tiveram a maior baixa anteontem, as da Construtora e Incorporadora Rossi, já se recuperaram. Na mínima de segunda-feira tiveram desvalorização de 30%; ontem já experimentavam valorização de 14%, passando de R$ 4,61, para R$ 5,26. No caso das construtoras, além da crise internacional, uma mudança na legislação também contribuiu para a desvalorização das ações de todas as companhias do setor.

“É realmente um mercado de oportunidades. Geralmente quando os índices estão em queda, é uma oportunidade de compra de ações”, diz Rafael Nogueira Pinto, consultor de investimentos do escritório regional da InvestGroup. “Tem muita gente comprando e vendendo, sem segurar para longo prazo e realizando lucros imediatamente.”

Mesmo para quem não investiu ontem, uma desvalorização de um período não significa, necessariamente perdas para quem comprou. É o caso de quem usou parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a aquisição de ações da Petrobras, em 2000. As ações foram compradas por R$ 4,00. Na segunda-feira, mesmo com as perdas, a valorização em oito anos estava em 730%. A correção do dinheiro depositado na conta do Fundo rende 3% de juros ao ano.

Além da Petrobras, ações como da siderúrgica Vale do Rio Doce também tiveram queda na segunda-feira de 15%, quando o valor mínimo chegou a R$ 29,09 por ação. Ontem, com o retorno dos investidores para a Bovespa, as ações foram cotadas a R$ 31,82, um aumento de quase 10%. “Quem comprou no valor mínimo, criou oportunidades e ganhou. Até mesmo as ações da própria Bolsa de Valores (BVMS3) caíram 12% — foram vendidas a R$ 6,77 —, e subiu 21% um dia depois, sendo vendidas a R$ 8,20”, diz Nogueira Pinto.

Para o consultor de investimentos, apesar de o mercado de ações apresentar uma taxa de risco elevada, continua sendo interessante para quem quer investir a longo prazo. “Diria que hoje continua sendo muito bom comprar ações da Petrobras e da Vale do Rio doce. Especialmente da Petrobras, pois em 10 anos esta será uma das maiores empresas do mundo. É claro que o investidor pode perder num determinado momento, mas tudo indica que este será um dos principais players no mercado mundial. É preciso apenas ter cautela e escolher o melhor momento para investir.”

Esta foi a postura adotada pelo estudante Fábio Doná, que adquiriu conhecimentos sobre o mercado de ações e investe pensando apenas que não tem pressa. “Há três anos iniciei meu investimento e acompanho diariamente. Mesmo com a perda deste ano, o que eu investi já triplicou de valor. Agora, quem comprou precisa esperar, pois a perspectiva é boa para daqui dois anos. Por enquanto, eu estou com perda neste ano e não contabilizo isso. Se vendesse hoje perderia 20%”, afirma.

Doná, que tem 23 anos, se considera um investidor ousado e aposta 70% de seus investimentos em ações de empresas mais sólidas, consideradas as Blue Chips, e 30% aposta em ações de maior risco. “Posso ganhar muito ou perder muito mais. Apesar de o momento exigir mais cautela, vou continuar investindo.”

Biólogo faz operações pela internet

O biólogo molecular Guilherme Coutinho, que investe e acompanha o movimento da Bovespa pelo home broker, um instrumento que permite a negociação de ações via internet e permite que o investidor envie ordens de compra e venda de ações por meio do site, conta que há sete anos investe em ações e que, quando percebeu o movimento de tendência de queda neste ano, vendeu parte das ações para não ter prejuízo momentâneo. “Posso dizer que tive perda de 15% porque uma parte ficou aplicado. Mas era previsível. A crise é cíclica e volta a ter épocas de alta. Pensando em investimentos, é nas crises que encontramos oportunidades”, diz.

Como nos planos de Coutinho não está a saída do mercado de ações e o que está investido é uma porcentagem do patrimônio que pode ser aplicado com risco, ele diz que a idéia é continuar investindo. “Durante os sete anos que tenho como investidor, o lucro que tive foi de cerca de 50% ao ano. Somente neste ano é que não foi bom.” (VG/AAN)

Diretor do Ciesp vê momento de cautela para empresariado

Para ele, a disposição para ampliação de plantas fabris e de produção deve mudar

Enquanto o investidor pessoa física continua otimista com os lucros que poderá fazer com a compra e venda de ações, os empresários já temem que haja mudança nos planos de investimento para ampliação de plantas fabris e de produção. O diretor-regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp-Campinas), Natal Martins, não acredita que o otimismo se manterá. “Até agora, estávamos vendo disposição com a manutenção dos investimentos programados. Mas daqui para frente já não sei como será o comportamento dos empresários. A situação chega a ficar preocupante”, fala.

Na opinião de Martins, nem mesmo as empresas exportadoras poderiam se beneficiar neste momento em que o se valorizou em relação ao real, já que a moeda norte-americana é volátil e se houver socorro às instituições financeiras, voltará a se desvalorizar. “O dólar não se sustenta nesse patamar. Apenas quem tinha alguma operação de câmbio para fazer, teve ganhos na segunda-feira.”

Martins ainda diz que, para o exportador brasileiro, o dólar R$ 1,90 não resolve os problemas, já que a empresa brasileira perde competitividade no mercado internacional por conta do alto custo de produção. “Estamos acompanhando atentamente o cenário mundial.” (VG/AAN)

Governo prepara ações para ampliar oferta de crédito

Metade das exportações brasileiras, US$ 100 bi, depende de financiamento

De Brasília

As medidas visando a ampliar a oferta de crédito para os exportadores devem ser apresentadas ao presidente Lula até o fim da próxima semana, informou ontem o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. “O presidente vai decidir se quer que elas sejam implementadas imediatamente”, disse. O objetivo, como informou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, é garantir recursos para o setor, mas não a qualquer preço. “Não quer dizer que não vamos pedir garantias e as taxas serão as que tiverem de ser”, disse Bernardo.

Jorge explicou que o governo quer agir preventivamente porque metade das exportações brasileiras — cerca de US$ 100 bilhões — depende de financiamento. No entanto, ele comentou que a crise ainda “não está forte” para os exportadores, apesar das restrições de crédito no mercado externo. “A avaliação é que há possibilidade de secarem os financiamentos ou ficarem mais caros. Antes que ocorra, temos de estar preparados. Devemos ter medidas para implementar agora ou para ficarem na prateleira”, disse Jorge.

Ele defende criatividade nas medidas em análise num grupo de trabalho do seu ministério, da Fazenda e o Banco Central. O desafio é apontar alternativas além das tradicionais nesses casos, como a ampliação dos recursos destinados ao Programa de Financiamento das Exportações (Proex) e das operações de Adiantamento de Contratos de Câmbio (ACC). Segundo Bernardo, os recursos para o setor exportador serão adicionais aos que o BC já está oferecendo por meio dos leilões de dólares com compromisso de recompra. “Vamos tentar, tanto quanto possível, garantir recursos para esse setor”, disse ele. (Da Agência Estado)

Crise eleva juro e reduz prazo de crediário

De São Paulo

A crise financeira nos EUA e a alta da Selic (a taxa de juros básica da economia brasileira) resultaram no encarecimento de crédito e na redução de prazos de financiamento para os consumidores neste mês.

Levantamento preliminar da Associação de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que a taxa média de juros cobrada dos consumidores em setembro está em torno de 7,45% ao mês e de 136,85% ao ano. No mês passado, a taxa era de 7,39% ao mês (135,27% ao ano).

Os prazos de financiamento, que chegavam a 36 meses, principalmente para a aquisição de veículos, não passam de 24 meses. As lojas que ofereciam até 24 meses para pagamento de produtos eletroeletrônicos e de informática reduziram esse prazo para até 12 meses, segundo levantamento da Anefac. (Da Folhapress)